sexta-feira, 6 de maio de 2011

DÓLAR "ÓTIMO" É DE R$ 2,90, DIZ ESTUDO



DÓLAR  "ÓTIMO" É DE  R$  2,90, DIZ ESTUDO-O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mudou o tom ao comentar o cenário cambial brasileiro e mostrou tranquilidade em relação ao atual nível do real frente ao dólar. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Mantega também fez elogios à política monetária conduzida pelo Banco Central, dizendo que a avaliação apresentada pelo Copom de que o ajuste da taxa de juros será mais prolongado "está mais colada ao que está acontecendo (no campo da inflação) em período mais recente".


A frase de Mantega foi uma resposta ao senador Lindberg Farias (PT-RJ), que quis saber qual a orientação que valia, aquela feita pelo Copom na ata de sua última reunião ou a feita pelo BC no relatório trimestral de inflação no fim de março, no qual sugeriu que o ajuste seria mais curto. No relatório, explicou o ministro, a avaliação do BC é feita tendo em vista uma série de indicadores e a ata é redigida com o BC "mais colado" na conjuntura. "Na ata, ele pode mudar a ênfase", disse, ressaltando que não costuma interpretar as atas do Copom.

Pela primeira vez em anos, Mantega elogiou a política monetária executada pelo presidente do Banco Central. "A política de juros está sendo consistente, na medida certa", afirmou. "Ela (a elevação da taxa) é necessária, mas não suficiente. O BC também adotou medidas macroprudenciais, com elevação dos compulsórios dos bancos e nós elevamos o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para encarecer o crédito e reduzir o seu crescimento", acrescentou.

O ministro afirmou que há um surto inflacionário mundial, mas que a inflação está sendo menor no Brasil do que em outros países. "O Brasil está bem na foto", afirmou. Para ele, a causa básica desse surto inflacionário é a elevação dos preços internacionais das commodities. Mantega procurou passar um visão otimista aos senadores. "Os preços começarão a cair a partir de maio", projetou. "O governo não deixará que a inflação saia do controle e usará todos os instrumentos contra ela", disse. Segundo ele, a inflação ficará dentro dos parâmetros da meta de inflação.

Mantega alertou para a elevação dos preços do petróleo no mercado internacional e admitiu que a Petrobras, "em algum momento", poderá ser obrigada a elevar os preços dos combustíveis. "Se isso acontecer, nós iremos reduzir a Cide dos combustíveis para que não ha repercussão sobre os preços", informou. Mas o ministro disse que essa questão ainda não está colocada.

Na audiência da CAE, Mantega deixou de lado as críticas que vinha fazendo à valorização do real. Depois de garantir que o governo Dilma não permitirá uma sobrevalorização do real, "pois isso provocaria a doença holandesa", o ministro procurou minimizar esse problema. Se comparado com uma cesta de moedas, Mantega disse que houve uma valorização de 35% do real frente a uma cesta de moedas nos últimos cinco anos. Em relação ao dólar o ganho foi de 47%. "Não é uma valorização tão excepcional, tendo em vista que os fundamentos da economia brasileira estão hoje muito mais sólidos".

"Em relação ao dólar, o real está menos valorizado do que em 1997 e 1998", afirmou. "Não se deve falar apenas em valorização do real frente ao dólar, pois o dólar está caindo no mundo inteiro." Segundo Mantega, se a comparação for feita em relação ao euro, a valorização do real será de apenas 15%, o que, na sua avaliação, é compatível com a melhoria dos fundamentos econômicos do Brasil. O ministro destacou ainda que a valorização do real resulta do grande fluxo de divisas, em decorrência das política monetárias expansionistas dos Estados Unidos e demais países desenvolvidos.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) quis saber quais as medidas de desindexação da economia que o governo vai adotar. Inicialmente, Mantega disse que a economia brasileira tem um nível de indexação "desconfortável". Ele afirmou que o governo deseja dar "novos passos" no sentido da desindexação, pois considera que o Brasil tem uma inflação basal de 3%.

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Texto da Revista Total Móveis edição 238 de 05/05/2011(Autor Valor econômico. Global-21) 

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